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Poluição do ar é o quarto maior risco de mortalidade quando associada à insuficiência cardíaca

A redução da poluição atmosférica contribui não só para combater as alterações climáticas, como também para melhorar a qualidade de vida e a saúde humana. A poluição apresenta alto risco de mortalidade e influencia diretamente a incidência de doenças cardiovasculares.

O contato com o ar poluído é o quarto maior risco para a mortalidade, perdendo apenas para o consumo de tabaco, a pressão arterial elevada e os riscos alimentares. Para se ter uma ideia da gravidade, 50% das 7 milhões de mortes relacionadas à poluição do ar em 2019 aconteceram em decorrência das doenças cardiovasculares.

Segundo Jefferson Luís Vieira, especialista em insuficiência cardíaca (IC) pelo InCor/FMUSP, doutor pela Faculdade de Medicina da USP, pós-doutor pela Harvard University, membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC)/DEIC/GETAC e um dos autores de um estudo sobre como o uso de filtros respiratórios pode ajudar a diminuir os efeitos cardiovasculares, existe uma estreita relação entre o tempo de exposição aos poluentes do ar e o período de hospitalização para as doenças cardiovasculares.

A poluição do ar é formada por uma mistura complexa e dinâmica de numerosos compostos na forma gasosa e particulada, impulsionados por variadas fontes, e está sujeita à transformação da atmosfera, do espaço e do tempo. Os três principais poluentes que comumente são foco de programas de monitoramento e esforços regulatórios são o material particulado, ozônio e dióxido de nitrogênio.

Evidências sugerem que o material particulado é responsável pela maior parte do impacto em doenças cardiovasculares, enquanto o ozônio e o dióxido de nitrogênio estão associados principalmente à exacerbação de doenças respiratórias. Existem claras associações temporais entre exposição ao material particulado e internações hospitalares por doenças cardiovasculares, com efeitos mais persistentes observados para as partículas finas inaláveis, que têm o tamanho de um glóbulo vermelho e são capazes de viajar profundamente no trato respiratório, atingindo os pulmões

Um documento feito pela World Heart Association, American College Of Cardiology, American Heart Association, e European Society of Cardiology, defendeu a ação em pesquisa no desenvolvimento de políticas em escala global. Além das políticas públicas, a adoção de medidas pessoais, incluindo usar máscaras e filtros de ar, ficar em casa enquanto durarem os piores índices de qualidade do ar, fazer exercícios e ingerir alguns suplementos alimentares, como óleo de peixe, é bastante importante.

Vieira relata que, com relação às medidas pessoais, foram testados os efeitos dos filtros respiratórios em pacientes com insuficiência cardíaca através da exposição controlada à poluição do ar. Nesse estudo, participantes foram submetidos a diferentes protocolos: ar limpo, poluição da combustão do diesel e poluição filtrada.

Entre as descobertas, durante o teste de esforço submáximo, a exposição a poluição do ar diminuiu a tolerância ao exercício. Comparando-se ao ar limpo, a inalação de material particulado foi associada a uma distância significativamente menor durante o teste da caminhada dos seis minutos e a um declínio no pico do consumo de oxigênio (VO2 pico). O filtro, por sua vez, atenuou o impacto no VO2 pico, apesar de não ter aumentado a distância da caminhada. Lembrando que, como o consumo de oxigênio pode ser influenciada por alguns fatores não cardíacos, como gênero, idade, condicionamento e obesidade, todos os indicadores foram comparados com suas características base. Além disso, foi identificado um aumento significativo da reinalação de gás carbônico, sendo possivelmente relacionado ao aumento do esforço de respirar usando o filtro.

Outros estudos também reportaram uma associação inversa entre exposição ao material particulado e a capacidade de exercício em crianças, mulheres maratonistas e jovens adultos.

“Devido à prevalência mundial, a redução da poluição do ar oferece uma poderosa oportunidade de reduzir doenças cardiovasculares. Ainda que não seja possível alcançar mudanças expressivas nesses índices em muitas partes do mundo, as medidas pessoais para diminuir os riscos de doenças cardiovasculares podem oferecer uma grande oportunidade de melhorar a saúde da população”, ressalta o pesquisador.

A redução da poluição atmosférica contribui não só para combater as alterações climáticas, como também para melhorar a qualidade de vida e a saúde humana. A poluição apresenta alto risco de mortalidade e influencia diretamente a incidência de doenças cardiovasculares.

O contato com o ar poluído é o quarto maior risco para a mortalidade, perdendo apenas para o consumo de tabaco, a pressão arterial elevada e os riscos alimentares. Para se ter uma ideia da gravidade, 50% das 7 milhões de mortes relacionadas à poluição do ar em 2019 aconteceram em decorrência das doenças cardiovasculares.

Segundo Jefferson Luís Vieira, especialista em insuficiência cardíaca (IC) pelo InCor/FMUSP, doutor pela Faculdade de Medicina da USP, pós-doutor pela Harvard University, membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC)/DEIC/GETAC e um dos autores de um estudo sobre como o uso de filtros respiratórios pode ajudar a diminuir os efeitos cardiovasculares, existe uma estreita relação entre o tempo de exposição aos poluentes do ar e o período de hospitalização para as doenças cardiovasculares.

A poluição do ar é formada por uma mistura complexa e dinâmica de numerosos compostos na forma gasosa e particulada, impulsionados por variadas fontes, e está sujeita à transformação da atmosfera, do espaço e do tempo. Os três principais poluentes que comumente são foco de programas de monitoramento e esforços regulatórios são o material particulado, ozônio e dióxido de nitrogênio.

Evidências sugerem que o material particulado é responsável pela maior parte do impacto em doenças cardiovasculares, enquanto o ozônio e o dióxido de nitrogênio estão associados principalmente à exacerbação de doenças respiratórias. Existem claras associações temporais entre exposição ao material particulado e internações hospitalares por doenças cardiovasculares, com efeitos mais persistentes observados para as partículas finas inaláveis, que têm o tamanho de um glóbulo vermelho e são capazes de viajar profundamente no trato respiratório, atingindo os pulmões

Um documento feito pela World Heart Association, American College Of Cardiology, American Heart Association, e European Society of Cardiology, defendeu a ação em pesquisa no desenvolvimento de políticas em escala global. Além das políticas públicas, a adoção de medidas pessoais, incluindo usar máscaras e filtros de ar, ficar em casa enquanto durarem os piores índices de qualidade do ar, fazer exercícios e ingerir alguns suplementos alimentares, como óleo de peixe, é bastante importante.

Vieira relata que, com relação às medidas pessoais, foram testados os efeitos dos filtros respiratórios em pacientes com insuficiência cardíaca através da exposição controlada à poluição do ar. Nesse estudo, participantes foram submetidos a diferentes protocolos: ar limpo, poluição da combustão do diesel e poluição filtrada.

Entre as descobertas, durante o teste de esforço submáximo, a exposição a poluição do ar diminuiu a tolerância ao exercício. Comparando-se ao ar limpo, a inalação de material particulado foi associada a uma distância significativamente menor durante o teste da caminhada dos seis minutos e a um declínio no pico do consumo de oxigênio (VO2 pico). O filtro, por sua vez, atenuou o impacto no VO2 pico, apesar de não ter aumentado a distância da caminhada. Lembrando que, como o consumo de oxigênio pode ser influenciada por alguns fatores não cardíacos, como gênero, idade, condicionamento e obesidade, todos os indicadores foram comparados com suas características base. Além disso, foi identificado um aumento significativo da reinalação de gás carbônico, sendo possivelmente relacionado ao aumento do esforço de respirar usando o filtro.

Outros estudos também reportaram uma associação inversa entre exposição ao material particulado e a capacidade de exercício em crianças, mulheres maratonistas e jovens adultos.

“Devido à prevalência mundial, a redução da poluição do ar oferece uma poderosa oportunidade de reduzir doenças cardiovasculares. Ainda que não seja possível alcançar mudanças expressivas nesses índices em muitas partes do mundo, as medidas pessoais para diminuir os riscos de doenças cardiovasculares podem oferecer uma grande oportunidade de melhorar a saúde da população”, ressalta o pesquisador.

Fonte: SBC

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